Maculelê, de onde é que veio?

Eu vim de Angola, ê

Mestre Popó, de onde é que veio?

Eu vim de Angola, ê

E o atabaque, de onde é que veio?

Eu vim de Angola, ê…

Quem já assistiu a uma apresentação de maculelê sabe: é difícil não se deixar impactar pela força ancestral desse ritmo autenticamente brasileiro.

A agilidade dos movimentos, o ritmo acelerado dos batuques e a sincronia perfeita entre os dançarinos formam uma composição capaz de encantar e emocionar qualquer pessoa. Mas além de proporcionar espetáculos artísticos incríveis, o maculelê também é uma das muitas manifestações culturais preciosas da Bahia. Estamos falando de uma modalidade que mistura dança, música, história, resistência e uma bagagem fantástica herdada de diversos povos.

Hoje, a gente te convida a embarcar em uma viagem pela magia folclórica do maculelê. Prepare-se para desvendar a origem dessa dança hipnotizante, a riqueza de tradições que ela carrega e as principais características da expressão artística que é a cara da Bahia. Já tá sentindo a vibração dos tambores no coração? Então vem conosco, que é hora de descobrir tudo sobre o maculelê!

Afinal, o que é Maculelê?

Recôncavo baiano

É dança, é luta ou é rito?

Para quem vê o maculelê pela primeira vez, as hipnotizantes coreografias cheias de passos fortes e rodopios acrobáticos podem parecer meio enigmáticas. A dúvida é natural, afinal, o maculelê é tudo isso e um pouco mais: essa manifestação folclórica nascida no coração da Bahia tem elementos que simulam um combate por meio da dança e da música. É por isso que os participantes se enfrentam com bastões enquanto acompanham o ritmo animado das canções, ao som de atabaques e dos tradicionais cânticos.

Tudo indica que o maculelê surgiu a partir do casamento entre influências culturais indígenas e africanas. Símbolo da resistência dos povos originários, a modalidade também se inspira em uma narrativa folclórica super tradicional: a lenda do maculelê. Abaixo, a gente explica um pouco mais sobre como esse ritmo de beleza única apareceu.

História do Maculelê: origem rica que merece ser lembrada

Até hoje, a origem do maculelê é tema de debates entre estudiosos, dançarinos e adoradores do tema.

Mas muitas fontes apontam que a modalidade surgiu durante as primeiras décadas de existência do Brasil Colônia. Assim como a capoeira, ela nasceu como luta: o maculelê veio das artes marciais praticadas pelos escravizados trazidos do continente africano. Essas tradições de combate se misturaram com o repertório de vários povos indígenas brasileiros, dando origem a uma expressão teatral que ganhou seus próprios traços musicais e coreográficos ao longo dos anos.

As primeiras manifestações do maculelê teriam aparecido na cidade de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano. A região também é conhecida por ser o berço de outras tradições culturais importantes do repertório brasileiro, como o famoso samba de roda. Conservado por vários séculos por mestres e grupos folclóricos baianos, o maculelê ganhou fama no século 20 por causa de Paulino Aluísio de Andrade, apelidado carinhosamente como “Mestre Popó do Maculelê”.

Fundador do Conjunto de Maculelê de Santo Amaro, Mestre Popó se dedicou ao resgate histórico e cultural da dança e transmitiu essa rica tradição para as gerações mais recentes a partir de 1943. Hoje, a modalidade é preservada principalmente por grupos de capoeira e associações folclóricas que mantêm vivo o legado de Popó e dos vários mestres que vieram antes dele.

Lenda do Maculelê

As raízes folclóricas do maculelê também estão ligadas a uma lenda tradicional.

Na verdade, existem várias versões da narrativa, mas todas giram em torno de um jovem guerreiro. Segundo uma das variações da história, Maculelê era um escravizado que conseguiu fugir da senzala onde era mantido e passou a viver em uma aldeia indígena. Um dia, os outros habitantes da aldeia saíram para realizar suas atividades cotidianas de caça e colheita, e Maculelê ficou sozinho nas ocas.

O que ninguém esperava era que um grupo de indígenas pertencentes a uma etnia rival apareceria justamente naquele dia para tentar dominar a aldeia. Armado apenas com dois bastões de madeira, Maculelê lutou bravamente e conseguiu expulsar os invasores com suas técnicas de combate. A partir daí, ele passou a ser visto como herói da aldeia, e sua destreza na luta deu origem a uma nova forma de batalhar.

Outra versão da lenda diz que Maculelê era um indígena que não participava das expedições de caça do seu povo porque era considerado preguiçoso e desastrado. Nessa variação, ele também enfrenta os guerreiros invasores apenas com dois bastões – já que as armas da aldeia tinham sido levadas pelos caçadores –. Depois desse grandioso feito, Maculelê se tornou uma figura louvada entre os indígenas do grupo.

O final da história também varia: alguns dizem que o jovem teria morrido em combate, outros afirmam que ele sobreviveu e se tornou o primeiro mestre de maculelê da história. O que se pode afirmar com certeza é que a manifestação folclórica do maculelê é uma forma de recriar e eternizar essa fantástica lenda por meio da arte.

Mas o que significa Maculelê?

Embora a lenda do guerreiro Maculelê seja emocionante, ela não é exatamente comprovada pela história.

Por isso, ainda não existe um consenso absoluto sobre a real origem da palavra “maculelê”. Alguns registros sugerem que ela teria nascido da rivalidade entre os malês e os macuas, dois grupos étnicos africanos. Segundo alguns relatos da sabedoria popular, os malês se preparavam para enfrentar os macuas “a lelê” – no caso, lelês eram os artefatos de madeira usados como armas durante as batalhas –. Daí o nome “maculelê”, que seria um derivado da frase “macuas a lelê”.

Apesar de fazer sentido, essa hipótese é improvável: na verdade, é possível que os macuas e os malês nunca tenham se encontrado (e muito menos batalhado) na África. Afinal, os dois grupos viviam distantes um do outro, em partes bem diferentes do continente. Enquanto os malês habitavam a região do Saara Ocidental, os macuas eram moradores do sudeste africano.

Por isso, a explicação mais aceita pelos historiadores é de que o termo “maculelê” vem do nome de uma outra etnia africana, os makuleles (ou makulekes), grupo que vive até hoje na fronteira entre Moçambique e África do Sul.

Maculelê: dança que alegra a alma

Atabaques no canto de uma sala

A dança do maculelê tem uma energia inconfundível!

Tradicionalmente praticada em grupos, ela tem movimentos que lembram rituais indígenas e as manifestações artísticas de vários povos africanos. Os dançarinos acompanham o ritmo da música com batidas dos pés no chão, rodopios e deslocamentos que simulam os movimentos de esquiva usados nas artes marciais. As coreografias também incluem investidas de “ataque” – nesses momentos emocionantes, os participantes usam os icônicos bastões de madeira para representar duelos, e o encontro entre as armas provoca um som bem característico –.

Em geral, os passos do maculelê envolvem muitos movimentos amplos, com os braços abertos ou levantados acima da cabeça. Esses elementos, junto com o gingado guiado pelo ritmo da música, são algumas das semelhanças entre o maculelê e a capoeira.

Desvende as principais características do Maculelê

Além dos elementos fascinantes da dança, o maculelê também tem outras características que contribuem para a beleza única das apresentações.

É o caso da incrível bagagem poética presente nas músicas: são os cânticos de maculelê, canções com letras ricas em história e tradição. Muitas delas são inspiradas no repertório musical de religiões afro-brasileiras como candomblé e umbanda, que usam a arte como forma de expressão da espiritualidade. Os cânticos também podem abordar temas ligados à cultura indígena, às dores da escravidão e a acontecimentos históricos.

Durante as apresentações de maculelê, os cânticos guiam as diferentes fases da encenação. Existe um número enorme e bem variado de canções tradicionais, e cada grupo folclórico escolhe sua própria trilha sonora para as exibições. Um dos maiores clássicos do ritmo, o Cântico para Saudação, é entoado desde a época de Mestre Popó. A letra é assim:

Ô, boa noite pra quem é de boa noite

Ô, bom dia pra quem é de bom dia

A benção, meu papai, a benção

Maculelê é o rei da valentia

As roupas usadas pelos dançarinos também estão entre as mais simbólicas características do maculelê. Geralmente, os grupos se vestem com peças que lembram saias feitas de palha ou de folhas secas, um elemento visual comum a várias tradições indígenas. Vale mencionar que o maculelê é sempre dançado com os pés descalços e, é claro, com as mãos ocupadas pelos icônicos bastões de madeira que representam as armas da narrativa folclórica.

Maculelê: instrumento que dá vida a essa dança

Como em outros ritmos de origem afro-indígena, as músicas do maculelê são marcadas pela presença forte da percussão.

O principal instrumento usado é o atabaque, tambor de madeira muito usado nos rituais do candomblé. Os batuques poderosos geralmente são extraídos do trio de atabaques tradicionalmente composto por três tambores: o Rum (de maior tamanho e som mais grave), o Rumpi (de tamanho intermediário) e o Lê (atabaque pequeno, de som agudo).

Antigamente, a bateria do maculelê costumava incluir também alguns outros instrumentos africanos, como o agogô e o ganzá. Hoje em dia, entretanto, o som cativante das apresentações fica apenas por conta dos três atabaques.

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orla da praia de Costa de Sauípe

E aí, gostou de aprender sobre o maculelê?

Se nossas explicações já foram suficientes para te fazer se encantar por essa manifestação sensacional, pode acreditar: você vai se apaixonar ainda mais quando tiver a oportunidade de presenciar de perto a força do maculelê. Não é exagero quando a gente diz que as tradicionais apresentações têm uma beleza de provocar arrepios! Sem dúvidas, o maculelê é um dos tesouros mais preciosos da fantástica bagagem cultural baiana.

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